MATERIAS



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GALAL EDIN EL RUMI:



    Rumi, nome completo é Jalal al-Din Muhammad Rumi, foi um poeta, místico e erudito persa do século XIII. Ele é amplamente reconhecido como um dos maiores poetas da história da literatura persa e é reverenciado em todo o mundo por suas obras poéticas e filosóficas.

    Rumi nasceu em 1207 na cidade de Balkh, que fazia parte do Império Seljúcida, na região que hoje corresponde ao Afeganistão. Ele viveu a maior parte de sua vida na cidade de Konya, no atual território da Turquia. Rumi era originalmente um estudioso islâmico e seguidor da tradição sufi, uma corrente mística do Islã.

    Após o encontro com o místico dervixe Shams Tabrizi, Rumi passou por uma transformação espiritual profunda. Essa amizade e conexão com Shams Tabrizi inspiraram Rumi a expressar suas experiências místicas por meio da poesia. Seus poemas são conhecidos por sua beleza, profundidade e capacidade de transmitir os estados espirituais mais elevados.

    Os poemas de Rumi foram compilados em uma obra intitulada "Mathnawi", uma coleção de histórias e poemas em versos que abordam temas como amor divino, busca espiritual, renúncia ao ego e unidade com o Divino. Sua poesia também enfatiza a importância da música, dança e transe como meios de se aproximar de Deus.

    As obras de Rumi tiveram um impacto duradouro e sua influência transcendeu fronteiras e culturas. Seus escritos foram traduzidos para vários idiomas e continuam a ser lidos e apreciados por pessoas de diferentes tradições religiosas e filosóficas em todo o mundo.

    É importante ressaltar que Rumi foi um autor e pensador notável em seu tempo, mas algumas das interpretações e popularidade de sua obra ocorreram principalmente após sua morte. Ele faleceu em 1273, deixando um legado duradouro como um dos maiores poetas místicos da história.

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PAPO FOLCLORE:

    O folclore é uma representação da identidade de um povo por meio de suas tradições locais e regionais. É uma manifestação cultural carregada de motivação. 

Essas tradições são uma herança passada de geração em geração, e a preservação delas é importante para manter a identidade do povo que representam, bem como seus elementos fundamentais.

Ao misturar diferentes identidades folclóricas, mesmo dentro do mesmo país, perde-se o sentido e as características que identificam a região em questão. É essencial mencionar as origens e a forma de prática em suas raízes ao apresentar folclores de outras regiões. Por exemplo, os Árabes podem apreciar e praticar o folclore ocidental ou Latino, mas devem sempre reconhecer suas origens e contextos. De que país é e de qual região dentro do mesmo país e não do continente que representa.

Cada país segue suas próprias tradições folclóricas, e por isso os elementos podem variar de uma região para outra, mesmo dentro da mesma geografia. A arte, por sua vez, tem a magia de ir além das fronteiras, mas ainda é importante manter o respeito pelas origens e tradições culturais.

Mencionar, preservar e evitar a mistura. Isso é uma demonstração de profissionalismo e respeito à diversidade cultural.

Sabendo isso, e com sua técnica, profissionalismo, respeito, amor e carisma pelo que você representa, com certeza alcançará o que mais deseja. O reconhecimento e o respeito de todos que se sentem realmente sendo representados.

Ser artista é uma profissão, Ensinar além de ser uma profissão, é uma missão e uma responsabilidade mais ainda quando essa profissão não tem ou essa missão não tem base de qualificação em seu país, acaba aumenta mais a sua responsabilidade de conhecer aprofundamento tudo que envolve com toda clareza e certeza a profissão que você escolheu.
Importante sabemos quando e em que momentos podemos generalizar, uma categoria no concurso ou uma mostra por exemplo. Mas mencionando através dos elementos e musicalidades que esclarecem a identidade.
Mesmo que no final, tudo acaba em festa.

"Essa imagem do post por exemplo, é um tipo de folclore árabe, será que basta essa nomeação"?

Khaled Emam

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O diferencial na música árabe.
"Muito comum para todos que não falam o idioma árabe, ao ouvirem uma música cantada em árabe, independentemente do seu gênero musical ou sotaque, citarem:

'É música árabe.' De certa forma, eles não estão errados, pois identificam o idioma da música. Pode ser egípcia, libanesa, Khaligee; todas são músicas árabes".

Mas, ao referenciarmos a música árabe, diferenciamos entre outras, observamos que a música árabe é a única que pode ser generalizada em termo "música árabe", não apenas por suas raízes ou por todos que falam árabe, mas também por sua rica construção.

É o único gênero musical que possui diversos "Maqamat", principais e filias. Não importa de qual país é, no mundo árabe, porque a construção musical possui a mesma base, o que muda é o sotaque e as línguas regionais. Claro deixando a parte os novos gêneros musicais que tem em sua composição músicas eletrônicas, instrumentos mais ocidentais, este tipo tem seu próprio gêneros, Pop, Street, Mahraganat, mesmo que tem presença no continente árabe, não se considera uma música árabe pura.

A presença do Maqam na música árabe não está restrita apenas à música clássica ou tarab, existem outros gêneros musicais que são baseados em maqamat em suas construções, pode ser religiosa, Mawal, patriota ,neste termo que referenciarmos a generalização da música Árabe, em base da sua construção com Maqamat Árabe.

A presença dos Maqamat na música árabe também diferencia em relação à música ocidental. Enquanto a música árabe possui 8 maqamat principais, e cada maqam principal possui mais de 28 maqamat filiais, a música ocidental se baseia em apenas dois maqamat. É nesse ponto que reside a riqueza musical da música árabe.

É importante lembrar que mesmo assim, não podemos equiparar todas as músicas árabes, mesmo que pertençam ao mesmo gênero. Cada música possui uma estrutura única entre o maqam principal e os maqamat secundários, o que influencia na melodia, interpretação e na notação musical.

"Quando nos referimos à dança Oriental, é importante conhecer a estrutura musical e não depender apenas do gênero musical.
Khaled Emam


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"Como você vê a dança oriental? Existem várias formas, abordagens e objetivos distintos dentro do âmbito da dança. Para cada objetivo, existe um caminho específico que precisa ser trabalhado. Isso evita percorrer um caminho longo e desnecessário para quem busca a dança por um motivo particular. Além disso, para aqueles que têm objetivos diferentes, os caminhos e metas também variam."




A dança oriental possui benefícios físicos, mentais e emocionais. Existe a dança-terapia, assim como a musicoterapia e a cromoterapia, entre outras abordagens. No entanto, para aqueles que buscam esses objetivos, é importante que a prática seja adaptada às suas necessidades individuais, sem a imposição de muitas regras ou altos custos.

Os diferentes caminhos e objetivos não devem se misturar, para que a prática não se torne um fardo para aqueles que não esperem a ser bailarinos profissionais. Muitas pessoas buscam simplesmente o seu bem-estar e autoestima.
Outro modo de vê a dança é seguir o caminho de se tornar uma bailarina profissional. Ao abraçar a carreira de bailarina profissional, os objetivos e a trajetória também mudam. A perspectiva da dança e seu propósito se transformam. 

A escolha entre "dançar pela arte" ou "dançar para o mercado" está atrelada aos seus objetivos, e essa decisão altera o percurso. Optar por dançar visando o mercado requer não apenas a dança, mas também elementos que se alinhem às demandas desse setor. Isso pode levar à fama, porém, o tempo costuma ser curto. Dançar para ser uma artista, exige a perfeição em tudo que a verdadeira dança Oriental oferece e pede, ainda existem aqueles que apreciam a arte que a dança representa, desde as grandes lendas da era dourada. Que são fontes não apenas da inspiração mas, de estudos também.

"Para se tornar professor(a), o caminho é ainda mais longo. Primeiramente, é necessário passar por esse caminho singular, estudando com o objetivo de se tornar um artista. Inspirando-se em todo o trabalho desenvolvido desde Badia Masabny, passando pelas lendas que construíram suas histórias. Em seguida, compreenda o objetivo daqueles que buscam a dança para propósitos pessoal. São caminhos , modo de ver, objetivos diferentes dentro de um único título. Saber incentivar para quem não espera tanto, e ensinar todo o contexto para quem quer chegar um certo caminho, é uma experiência de quem ensina, entender o motivo e direcionar, enquanto o caminho final é sempre escolha da bailarina. A dança é uma arte, profissão que carrega história, técnica, cultura e identidade independente onde chegou hoje. E estou referindo meu próprio país. Até mais,
Khaled Emam


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O SUFISMO E SUA FILOSOFIA 




    O sufismo é uma tradição mística dentro do Islã que enfatiza a busca pela proximidade e união com Deus através da experiência direta e pessoal. Os sufis procuram alcançar a verdade espiritual e a iluminação interior por meio de práticas como a meditação, a contemplação e a busca da verdade escondida além das aparências externas.



Origem e História:

    O sufismo emergiu no início do Islã, no século VIII, como uma resposta à crescente institucionalização e formalização da religião muçulmana. Seus princípios e práticas têm raízes no Alcorão (livro sagrado do Islã) e nos ensinamentos do profeta Maomé, mas também incorporam influências de outras tradições místicas, como o neoplatonismo e o gnosticismo.



Princípios e Conceitos:

    Os sufis acreditam que Deus é o único e verdadeiro Ser, e que a realidade última é uma única realidade divina. Eles buscam transcender a noção de eu individual para se unir com a essência divina e experimentar a unidade com Deus. A busca da verdade interior é considerada mais importante do que a aderência estrita a rituais externos.



    Os sufis enfatizam a importância do amor e da compaixão como caminhos para a proximidade divina. Através do amor a Deus e ao próximo, eles acreditam que é possível transcender o ego e experimentar a presença divina em todas as coisas.



Práticas e Métodos:

    A prática sufista envolve uma variedade de métodos e técnicas que visam purificar o coração e a mente e abrir caminho para a experiência direta de Deus. Entre as práticas comuns estão a meditação, a recitação de orações e cânticos sagrados (como o zikr), o estudo e a reflexão sobre os ensinamentos espirituais, o serviço aos outros e a busca de um guia espiritual (conhecido como sheikh ou murshid) para orientação e apoio.



Diversidade e Expressão Cultural:

    O sufismo se espalhou por todo o mundo muçulmano ao longo dos séculos, dando origem a diversas ordens sufis, cada uma com suas próprias tradições e práticas distintas. Algumas das ordens sufis mais conhecidas incluem a Ordem Mevlevi (conhecida pelos seus "dervixes rodopiantes"), a Ordem Naqshbandi e a Ordem Chishti.



    Além disso, o sufismo influenciou a arte, a música e a poesia em várias culturas, com destaque para a poesia mística de grandes nomes como Rumi, Hafiz e Ibn Arabi. Suas obras poéticas expressam a busca da união com o divino e são apreciadas em todo o mundo.



Importância e Controvérsias:

    O sufismo é considerado uma dimensão importante e profundamente espiritual do Islã por muitos muçulmanos. No entanto, ao longo da história, houve controvérsias em torno do sufismo, com alguns grupos muçulmanos considerando-o herético ou contrário aos ensinamentos islâmicos. Essas controvérsias variam em diferentes contextos e períodos de tempo.



GIRO SUFI E SEU OBJETICO:

 

O Giro Sufi é uma prática espiritual associada à tradição do Sufismo, uma corrente mística dentro do Islã. É conhecido como uma forma de meditação em movimento, no qual os praticantes giram em torno de si mesmos repetidamente em um movimento circular.

 

O giro sufi é considerado uma forma de adoração e devoção a Deus, buscando um estado de êxtase e união mística com o Divino. Acredita-se que o movimento circular simbolize a dança cósmica do universo, e através desse movimento, os praticantes buscam transcender a realidade mundana e alcançar um estado de comunhão espiritual mais elevado.

 

Os dervixes giradores, também conhecidos como Mevlevi, são os praticantes mais conhecidos do giro sufi. Eles seguem a tradição estabelecida pelo poeta e místico persa Jalal ad-Din Rumi, que fundou a ordem Mevlevi no século XIII. Os dervixes giradores vestem longas túnicas brancas e usam chapéus altos cônicos, simbolizando a morte do ego e o renascimento espiritual.

 

Durante a prática do giro sufi, os dervixes giradores realizam uma série de movimentos e gestos ritualísticos. Começam com as mãos cruzadas sobre o peito e giram lentamente em torno de seu eixo, enquanto mantêm o olhar fixo em um ponto. À medida que a prática avança, a velocidade do giro aumenta, e os dervixes entram em um estado de transe, perdendo a noção do eu e se conectando com a presença divina.

 

O giro sufi é considerado uma prática espiritual profunda e intensa, que busca transcender as limitações da mente e do corpo para alcançar a iluminação espiritual. Além do aspecto místico, o giro sufi também é considerado uma forma de exercício físico e de meditação em movimento, proporcionando benefícios para a saúde mental e emocional.

 

É importante ressaltar que o giro sufi é uma prática sagrada dentro da tradição do Sufismo e, portanto, deve ser respeitado como tal. Se você está interessado em experimentar o giro sufi, é recomendável buscar orientação de um mestre qualificado ou ingressar em um grupo ou ordem sufi respeitável.



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LEITURA MUSICAL ÁRABE NA DANÇA

Quando falamos sobre a leitura musical árabe, a primeira observação é saber que estamos referenciando a musicalidade, a construção da música árabe.

E não tão simples ter a informação completa sobre este assunto, em primeiro lugar porque é um assunto acadêmico, academia de arte, da música que forma profissionais que fazem parte de uma orquestra.

A música árabe em si é totalmente diferente em sua construção da musica ocidental, e este construção baseada em MAQAMAT, a música ocidental se construa em base de 2 Maqamat apenas, enquanto a música árabe construída em 7 estilos de Maqamat principais e para cada maqam principal existe mais 28 maqamat secundária ou filiais, são notas musicais e melodias e cada, e a construção de cada maqam é diferente que o outro em sua escrita ou seja as notas são diferente entre o maqam principal e os secundarias e nisso sai a melodia que conhecida como “Naghamah”.






A construção da composição e uso do maqam certo que valoriza a poesia tem sua grande importância também, é que dar alma para a canção.

Quando referimos a leitura musical na dança, precisamos entender a importância de conhecimento pelo este conjunto, poema, maqam. Ao interpretar uma canção para poder ter uma boa leitura musical é observar as notas musicais, o tempo da nada, as mudanças assim como quais os instrumentos tocados em certo trecho, o trabalho de acerto das notas, tempo e a parte corporal que responde a cada instrumento.


Assim também no canto, a voz acompanha a melodia, a construção do maqam principal e secundários, observar a voz na leitura tem sua importância no acerto de tempo das nota.

A leitura musical não para por aqui mesmo acertando todo conjunto, mas a expressividade também faz parte da leitura musical, entender o sentido e mensagem da música, o que envolve na poesia, a cada trecho tem uma construção e mensagem diferente que o outro as vezes completa o trecho interior as vezes muda o sentido, tudo isso é fundamental ter o conhecimento para ter uma boa





Os estudos do maqamat realmente não é para quem dança, mas, para quem é musico ou estuda a música, então não é obrigação quando falamos em dança é ter profundos conhecimentos pelo maqmat e construção da melodia, mas entender o que é e oque envolve no contexto musical é muito importante, entender as notas, os tempos e ter uma breve entendimentos de em que maqam sendo usado naquela canção isso ajuda, a final é a alma da música.

O melhor conselho que podemos dar para a leitura musical é OUVIR, ouvir uma dois três ou quantas vezes a música, ouvindo você possa observar as notas, tempo de cada nota, as mudanças, e a ligação das notas vocais com as notas instrumentais, assim como o potencial da voz na canção isso ajudará na expressividade da poesia, sabendo claro a sua mensagem.

E não podemos dizer que toda a música clássica por exemplo tem a mesma construção, mas sim, cada música é uma música, a sua construção e uso do maqam é para dar alma e sentido para a poesia, e para cada música tem a sua mensagem e sua leitura.

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AS VEZES CERTO SUCESSO, NÃO SIGNIFICA QUALIDADE!

INFLUÊNCIA DO MAHRAGANAT NA CULTURA E ARTE NO EGITO:




          Decidi a escrever este artigo, após de várias profissionais me perguntaram porque ainda não ministrei curso sobre o Mahraganat durante este tempo.

Mesmo que respondi, mas, minha vontade a dizer aqui a minha opinião sobre isso.

Em primeiro lugar, respeitando todos os gostos, sejam musicais ou dança, mas, o motivo deste artigo, no fundo refere o orgulho que temos sobre a nossa cultura com toda sua riqueza e tentar relembrar ela.



Eu, em particular, e com certeza toda a minha geração seja pouco antes ou pouco depois vejam da mesma forma, eu nasci e cresci ouvindo grandes lendas da música árabe, como Umm Kulthum, Abdel Haleem Hafez, Mohamed Abdel Wahab, Fairuz, Wadi3 El Safi e muitos outros que escreveram sues histórias, que continua viva até hoje, artistas da nossa geração como Hany Shaker, Amr Diab, Mohamed Munir, Adaweia, Hassan El Assmar, Angham, Ehab Tawfik e muitos outros com vários estilos musicais continuam atuando.



Nestas gerações a musicalidade tinha seu sentido, envolvia muitos artistas juntos, grandes poetas, grandes compositores e grandes interpretes.

Este elenco todo que se envolvem juntos para levar uma canção ao público, conseguiram por suas qualidades profissionais e talentos, deixar suas musicalidades viva até hoje, e muitos cantores novatos regravam suas músicas.



Podemos dizer que tem um CONTEÚDO, poético e artístico, e isso conteúdo que faz com que nós árabes ou egípcios se orgulha pela a nossa cultura, dizer, eu nasci ouvindo Umm Kulthum , Abdel Haleem, Fairuz entre outros que, por trás deles existe poetas e orquestra, ou ouvindo Munir, Hany Shaker, Walid Tawfik com sua adaptações instrumental em suas musicalidades, mas sempre existe conteúdo.



MAHARAGANAT:

Algo que nasceu de uma brincadeira e deu certo, mas, quando olhamos em o que é?

Vimos uma realidade, Cantores sem canto, musica sem músicos, letra que é escrita por quase ninguém.

Sem nenhum sentido e nem significado, fazendo sucesso? Sim, mas não porque é boa, mas, porque muito dinheiro investido na produção da mídia, e o acesso através das redes sociais e mídia virtual em estalo de dedo alcança o mundo inteiro, e o jovens são os mais consumidores deste estilo porque é geração atual que ouça.



Com avanço da tecnologia, o sucesso alcançado do Mahraganat, acaba influenciando na vida dos verdadeiros artistas e músicos, acabam lutando para sobreviver e não para a fama.

Difícil encontrar um jovem que sabe quem era Umm Kulthum hoje em dia, e isso é lamentável.



Sem falar da arrogância vendo destes cantores, xingar e falar mal das lendas que escreveram história da arte no Egito, que tive na plateia reis, rainhas e presidentes do mundo inteiro.

Ouvir de um cantor, dizendo que ele tem mais publico de Umm Kulthum, quem era Umm Kulthum, isso é fim de mundo, e lamentável que isso vem no berço da cultura e arte no mundo árabe.

A riqueza artística e cultural deve ser mantida e preservada e dá a continuidade com os verdadeiros músicos e cantores que tem qualificações e talento.

Um grande conflito entre cantores do Mahraganat e sindicato dos músicos, que, até poucas semanas era liderado pelo cantor Hany Shaker,conhecido como príncipe da música árabe, depois de foi xingado, anunciou sua demissão da presidência do sindicato, lamentável.





MAHRAGANAT E SUA INFLUÊNCIA NA DANÇA ORIENTAL:

Antigamente e até poucos anos atrás, as pessoas apreciavam a dança através da dançarina, sempre digo em meus cursos que, a dançarina faz parte da ORQUESTRA, sua presença no palco, sua leitura, expressividade, hoje, graças ao Mahraganat, ficou o verso, as pessoas apreciam a dançarina mesmo sem ter a noção da dança.

Com nascimento do Mahraganat, era chamado do “Street Shaabi”, e dança Street Dance, tem origem americana todos sabem, ficou febre entre as garotadas, aos poucos, sumiu de vista o nome e a dança, ficou o Mahraganat e levou junto a dança oriental, ai não apenas a música que foi desvalorizada, mas, a dança também.

Cadê os poetas, Maestros, Orquestras, Cantores que sabem o que é nota, o que é agudo e grave e tem um dever, que é tocar a alma de quem ouça?.

Khaled Emam

 

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ODALISTICAS DO HARÉ


Ouvimos falar sobre o Harém, as Odaliscas. Várias expressões, explicações e definições em relação a isso, mas, o que é é quem são as Odaliscas?
Antes de explicar isso, precisamos entender o que significa Harém. Isso nos leva aos séculos 15 à 19, época onde o oriente médio era conhecido como "Bilad El Sham", juntando ao Iraque e Egito.

Essa época, as regiões eram governados por Reis, Khalifas, Sultão, príncipes. No Palácio de cada um existia um acervo especial para o rei, chamado "El Haram", e que dizer pertence sagrado do rei ou Sultão, e nele tinham "Al Harim" ou as mulheres que pertencem o Sultão.
Pela história, eram quarenta mulheres, essas mulheres são compradas do mercado dos escravos, escolhidas por mandante do Sultão, tem que ser novas, rosto bonito, dentes bonitos, cabelos longos, após a escolha são levadas ao Palácio do Sultão.

São acervo do Sultão ou "El Haram" que é o Harém, elas serviram o Sultão, quando recebe uma visita nobre, tinha seu poeta citando a poesia e o músico que tocava Al Oud, o canto era em forma do muwashah, e Haram do Sultão acompanham com dança e repetição do canto. A dança não tinha base especifica, apenas para apreciar o momento.

O nome dessas mulheres do Harém, conhecidas como GAWARY, plural de Gareya, e lógico mulheres vendidas no mercado dos Escravos, não tem a capacidade de ser culta ou poetiza.

As imagens quando busca na Internet sobre awalem, Harém, vai aparecer muitas pinturas imaginárias como este, sem registro, ou seja, não podemos usá-lo como referência.
Quando seus fontes são escritos por escritores estrangeiros, existe a nomeação pessoal, e as traduções mudam em várias partes o sentido verdadeiro. Exemplo, Odalisca em Árabe não quer dizer Alma, mas, GAREIA.

Awalem, pertence outras épocas, mesmo que refere dançarina, assim como Ghazeia ou Odalisca. Mas importante saber a diferença entre cada época e cada nome.

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POR TRÁS DE UMA MÚSICA.

A VERDADEIRA HISTÓRIA DA MÚSICA AL ATLAL DE OUM KALHTOUM.

Escrita por “Ibraheem Nagy” e Composição do “Riyad Elsumbati”.

Em muitas vezes, quando ouvimos uma canção que envolve uma poesia, as frases, melodia e voz, mexe com nossos sentimentos, nossa imaginação mais ainda quando conhecemos a mensagem da música.

As vezes até desce lagrimas quando a canção toca a nossa alma ou nos faz relembrar certos momentos ou acontecimentos, o sentimento do poeta expressada através das suas palavras.

Em alguns momentos, as vezes ultrapassa isso, uma inspiração ou motivação única, que somente o poeta que tem o tamanho da sua verdade sentimental.

 

Caso da música “Al Atlal”, interpretada por a dama da música árabe Oum Kalthoum.

Al Atlal, um dos maiores clássicos na música árabe, aquele tarab que carrega um sentimento apenas o poeta que viveu, mas conseguiu expressar aquele momento que viveu em uma forma que acabou envolvendo a todos sem saber de onde vem, e ela nasceu de uma história surpreendente do grande poeta Ibraheem Nagy.

 

Ibraheem Nagy, amou a sua vizinha, aos seus 16 anos viajou para estudar a medicina, quando voltou soube que a sua amada se casou, e ele não conseguiu esquecer o amor que estava guardado durante este todo tempo a ela.

Quinze anos depois, na madrugada, recebeu um homem em torno de quarenta anos de idade, pedindo ajuda dele para socorrer a sua esposa, estava no momento de parto e com complicações, na casa do homem a esposa estava com lenço cobrindo seu rosto o estado dela era difícil e ele tentando socorre-la, sua respiração começou a ser fraca, perdendo a consciência, quando o “Nagy” pediu a eles a descobrir o rosto para ajudar ela a respirar, quando o rosto foi descoberto, era grande surpresa para ele, aquela mulher, é o grande amor da vida dele que nunca esqueceu a ela.

Ibraheem Nagy, mesmo que tinha passado longo tempo longe dela, sempre guardava seus sentimentos por ela, e como uma pessoa sensível ,ama, não conseguiu segurar suas lagrimas neste momento deixando todos por volta sem entender nada, após que terminou o parto, ele foi embora para sua casa, e frente da porta da sua casa, sentou e escreveu a sua poesia “Al Atlal”, e pediu a Oum Kalthoum que cantasse, e com pequenas mudanças em algumas frases, Oum Kalthoum interpretou a poesia com composição do grande compositor “Riyad Elsumbati”.

 

Riyad El Sumbati brilhou na composição do Al Atlal, trabalhou a maior parte da composição com instrumentos totalmente oriental, Al Atlal se considera entre os 20 maiores clássicos da música árabe.

 

Verdades, surpresas, dores, vários sentimentos por traz de uma poesia e por traz de uma canção!

 


Até mais,

Khaled Emam  

 

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A IMPORTÂNCIA DA IMAGEM.


Importância da imagem ao referenciar uma dança especifica que refere um povo especifico.

Como dizem uma imagem vale mil palavras, mas, quando a imagem realmente fala por seu conteúdo, ao contrário aquelas mil palavras acabam perder seu sentido quando a imagem não combina.

Mais ainda quando a imagem não refere um produto, mas refere uma cultura, e intenção que ela representa esta cultura ou aquela época, a escolha de imagem incorreta invés de identificar o assunto referenciado, acaba criando uma visão totalmente incorreta, as informações querendo ou não, fixam naquela imagem referenciada do assunto.




O QUE ACONTECE NA ESCOLHA DE IMAGEM NORMALMENTE.

Pensamos em montar uma pesquisa ou um estudo sobre um tema, e lógico para a tema precisa ter identificação, o que a maioria faz e é o caminho natural, vá nos sites de pesquisa e digite o nome do tema, a parecer milhões de imagens e em muitas delas até existe texto no link que refere à onde a imagem postada, seja em site ou em blog.

Achou na internet, é porque existe, tem texto nela, é informação, e com isso vem o grande erro de muitos, é escolher imagem ou texto sem ter a certeza que realmente a imagem refere aquele povo ou aquela época, ou o texto é em fonte segura.

MESMA IMAGEM E DIFERENCIADAS TEMAS

Mais uma de grande importância que está contribuindo nas dúvidas de quem busca informações correta para seus estudos ou pesquisas.

Em muitas vezes e isso vem se repetindo, observar a mesma imagem relacionada vários temas que na maioria das vezes são épocas totalmente diferente, povo totalmente diferente, e quando tem diferenças nas épocas e povo lógico tem diferenças de modo de vestir e nas características que pertence a seu tema.


CITAÇÃO DE POVOS EM ÉPOCAS QUE ELES NÃO FAZIAM PARTE.

O mesmo que uma simples imagem faz, as mil palavras, ou deixa certezas ou deixa dúvidas, as dúvidas surgem quando começar a conhecer aquela época onde uma imagem foi referenciada para época errada, normal que, você pergunta a si mesmo, mas o povo da aquela época é o mesmo dessa época, isso é porque a imagem tinha visto antes e em temas diferentes.



IMPORTANTE SABER QUE.

A cultura árabe em especial a cultura egípcia, passou por várias épocas, e cada época tem suas imagens, nomes, características e tudo que envolva.

Existe diferenças, aliás grandes diferenças por exemplo entre “ODALISCA - GHAWAZEE E AWALEM”. Ou seja, na época dos califas, sultão não tinha Awalem (Awalem do Hérem), as Awalem são da rua Mohamed Ali no Cairo e tem sua época, o uso de imagem seja foto ou pintura de uma época, deve referenciar tanto a identidade e tanto a época relacionada.

O DESERTO E SEUS HABITANTES.

Da mesma forma quando falamos em épocas, precisamos saber que, o deserto é extenso, e vive nele vários tipos de povo, várias etnias, são diferentes em costumes, linguagens, tradições e veste também, não apenas no Egito, mas em todo deserto de Saara, os beduínos é um povo, os Amazigh é outro os Berberes é outro entre outros e outros raças “Qaba2il” tribos. E da mesma forma em relação ao mundo árabe, digamos colocar imagem de “Elduruz” e falar sobre Kawalia.

“E com certeza errar na imagem é errar no conteúdo”.
Caso de imagem do texto, o jarro existe em alto Egito e Baixo Egito, aliás até no Cairo, mas ao falar da imagem eu tenho que referir apenas uma região, pelos outros detalhes da imagem.


Khaled Emam

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MUWASHAHAT
Muwashah, Lama Bada Yatathana.


Muwashah árabe “Turathy”, faz parte da história da música.
Pertence “Makam Nahawend”, um dos mais conhecidos e mais antigos do muwashahat árabe.
Os pesquisadores não tem a certeza da origem deste muwashah, alguns dizem, que pertence a poeta “Lissan El Din Bem Khatib” da Andaluzia, que viveu entre (1313 à 1374), outros dizem que pertence o cantor egípcio “Mohamed Abdel Rahim ElMasslub”, vivei entre (1793 à 1928).

Muitos dos cantores, bandas e grupos interpretaram este muwashah.
Mas a primeira gravação foi em 1910, pelo cantor egípcio “Sayed El Safty”, depois pelo cantor “Mohy Eldin” em 1920.

Varias cantores no tempo moderno e atual regravaram “Lama Bada”, como a cantora “Mary Jibran, Nadra Amin, Fairuz e Souad Mussa”.
A Construção do muwashah é baseada em "Makamat", e a poema é versão mais nobre do "El Kassidah”.
“No livro Egito Tradução E Arte, tem informação mais profunda sobre o Muwashah e sua construção”.

“O Muwashahat é canto poético mais nobre quando falamos em Tirath Árabe”. 


Khaled Emam


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A Essência na dança oriental.
   

 A dança do ventre “Raks Sharki”, faz parte do mundo oriental, antes de ser levado ao nível profissional, existe dentro das nossas casas, festejos e comemorações.

Não é dança sem música, e não é musica sem mensagem, a maior parte da musicalidade que está usada na dança do ventre, vem acompanhada com poema, letra não é musica igual a outro mesmo que a dança seja a mesma.

Para o oriente isso é simples, pelo entendimento da dança e da musicalidade também, sabe como dança, e sabe o que tem na mensagem da música, não precisa esforço para poder expressar o sentido da música e do momento.
Para o ocidente, isso é maior desafio, a preocupação com a dança como técnica, ritmos, marcações, giros e deslocamentos acaba sendo a própria dança, e isso se torna com que qualquer uma musica cantada se iguala em sua expressão e nisso perde o mais importante na dança que é sua essência, sua alma.


Numa entrevista feita com o grande superstar egípcia, Fifi Abdo, perguntaram ela que praticamente tem dança do ventre no mundo inteiro, o ocidente pratica a dança oriental, qual a diferença entre o oriente e o ocidente.
E sua resposta foi, nós criamos e o ocidente cópia nossa criação.



E isso é uma pura verdade, na criação você se expressa, se manifesta a música em forma da dança, na cópia acaba copiando uma coreografia de um certo estilo, digamos um Tarab, quando a música é Tarab, acaba interpretando todas as musicas da mesma forma, enquanto cada música é diferente da outra em sua mensagem.

A dança oriental, é uma expressão de sentimentos em forma de movimentos que sua base são os ritmos e técnicas.

A pratica da dança oriental no ocidente, exige muito mais estudos que a pratica no oriente, além de aperfeiçoar em técnica, necessita conhecer a musicalidade do mesmo grau da importância da técnica e talvez mais.

As vezes a pratica da oriental dance no ocidente para quem assiste, ajuda na desvalorização da essência, e isso por conta da falta do conhecimento pelo musicalidade, mas, a partir do momento em que um profissional postou sua obra em redes sociais ou mídias, esta sendo vistas pelo mundo inteiro, e a quem entende a mensagem da musica ou até na dança com certeza sentirá a falta da alma na dança, e alma neste ponto é a essência.

O oriental dance oi dança do ventre é um estilo único, o que muda é como você transmite até a quem assista.
É muito comum quando é árabe assistindo uma apresentação de uma dança, e a musica é cantada, ou até apenas instrumental de musica cantada, cantamos juntos, sentimos a poema e será muito bonito de sentir esse poema transformada em movimento.

O estilo clássico ou o tarab por exemplo, são estilos ricos em musicalidades, poemas, na maior parte mexe com nossos sentimentos, seja lembranças, sonhos ou momentos vividos, todas estas mensagens da canção precisam ser conhecidas, estudada e sentida e transformada em movimentos.
A essência é a alma da dança, o publico precisa também sentir o significado da canção em forma de movimentos, a expressão que transmite a mensagem.
Por isso o oriental dance é muito além de uma simples dança.



Khaled Emam


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Dabka do Jordânia.

اهداء الى الشعب الاردنى والفلسطينى الشقيق

Aproveitando a tema, gostaria de esclarecer um assunto, responder algumas dúvidas de leitores em questão a ligação do Dabke com o Saidi.

Para esclarecer isso em forma simples vamos conhecer estes itens.


SAIDI:

- O Saidi tem origem egípcia e um estilo único.
- O Saidi tem seu ritmo e sua musicalidade.
- O Saidi tem suas características em vestes.
- O Saidi baseado em Tahtib.
- O Saidi feminino tem suas marcações, vestes, acessórios e acompanha a musicalidade              saidi.


DABKE:

- O Dabke tem origem toda região El Sham e oriente médio.
- Existe mais de 20 estilos de Dabke, além do dabke teatral que é totalmente diferente
- Cada País tem seu próprio estilo, seja em traje, músicas e variações de passos
- Cada estilo baseado em marcações e contagens se diferencia que o outro.
- Tem sua musicalidade própria, depende de cada país.
“Então qual seria a comparação ou a ligação entre o Dabke e o Saidi, praticamente nenhuma”. 

Neste artigo vamos conhecer um estilo de dabke um pouco diferente, diferente em sentido o uso dos instrumentos e também o objetivo deste estilo. Creio que a quem pratica o dabke em forma profissional estudada, vai entender perfeitamente o objetivo, e como não todos os leitores são praticantes do dabke e outros estão estudando, então será mais uma fonte para conhecer mais dois estilos de dabke pouco usado no brasil.

Dabka da Jordânia:
      
       Considerada uma dança patriota. Suas diferencias estão nos estilos musicais e instrumentos usados, como Al Oud e “Al Karba” Gaita que é um instrumento de sobro e derbake. Como também a construção do dabke, a contagens, repetição e velocidades.
Nesta apresentação vamos conhecer dois estilos de dabke.


- Dabka Shamaleia ou esquerda, começa com solo instrumental e canto, os movimentos dos pés parecida com os movimentos militares dos soldados, em seguida começa a quem comanda o grupo solando até os movimentos do grupo se sincronizam juntos e após dá a sinal para que elas começam.


- Dabka Al Ghawarnah - Conhecida com sua velocidade e os praticantes ponham as mãos nos ombros dos participantes.

Neste artigo conhecemos um a mais sobre o dabke na Jordânia, para quem não conhecia, as vestes que estão usados no vídeo têm proposito, é uma apresentação patriota, não se usa em festas de casamentos como a maioria de dabke libanês por exemplo.

O Objetivo na escolha dos vídeos nas publicações, além de ser pesquisas para meus projetos, também seu diferencial, pode ser até um poucos detalhes, mas fazem diferença e também definem um povo e a mensagem transmitida na apresentação, caso este apresentação que é patriota e também presença do instrumento “Al Karba” na música árabe.

Para muitos e em especial quando baixar uma música, ouvir é diferente de ver, e nos instrumentos árabes tem alguns instrumentos de sobro, que ouvindo, os sons é mito parecido como “Mizmar, Mijuiz, Migawiz, Karba”, e a tabla baladi que é um instrumento de percussão usado em todo folclore árabe como dabke, saidi, fallahe, e a idioma a maioria não conhece, e isso acaba causando certos erros, como dançar dabke com música saidi e vice verso, e isso acontece muito, então vale muito após de decidir aa escolha do estilo, procurar a musica certa.

Por exemplo este apresentação de dabke, é uma apresentação patriota, se usar mesma dança e mesmo traje e escolher uma oura musica de dabke que não tem nada a ver com o momento, sua apresentação para quem entenda, se torna praticamente algo sem sentido.

A maior parte do dabke apresentado no Brasil, é mais para libanês, e é mais praticado em cerimonias como casamentos, festejos e rodas de amigos, e é normal que aquém toca a tabla balaldi entra na roda, fora destas comemorações a pratica é outra.


Khaled Emam
Insta: @khaledemamofficial




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Comemoração aos 60 anos da Reda Troupe
            
Em dezembro 2019 numa grande apresentação foi comemorado aos sessenta anos da existência do primeiro grupo folclórico no Egito Reda Troupe.Oministério da cultura do Egito, liderado pela Drª. Inass Abd El  Daim, ministra da cultura, junto de convidados especiais e com grandes apresentações do membros da Reda Troup, foi comemorado aos sessenta anos na história da grupo Reda.

 Início da Reda Troupe, A ideia nasceu pelo grande ícone da dança a lenda viva, Mestre “Mahmoud Reda” junto com o primeiro coreografo e musico, seu irmão “Ali Reda” e a diva e mestra “Farida Fahmy” que ficou no lugar da bailarina “Naima Akef” após da sua morte.
           

Em 1959 foi a primeira apresentação do grupo no teatro “Al Azbakeia” no centro do Cairo.
Na época o grupo era formado por 13 bailarinas, 13 bailarinos e 13 músicos a maior parte eram recém-formados. A inspiração do Mahmoud Reda na criação das suas coreografias vem através das tradições do interior do Egito, alto Egito e Baixo Egito.

Em 1961 por ordem governamental o grupo acaba representando o ministério da cultura e a partir deste momento a Reda Troup representava o Egito oficialmente.

 
 Nos anos setenta, os membros da Reda Troup chegaram a ser 180 artistas, isso fez com que Mahmou Reda pensar em dividir o grupo em três categorias.

-  O grupo principal que representava o Egito dentro e fora do país.
- Grupo Secundário
- Grupo de estudantes

Após disso foi criada a escola Mahmou Reda de novos Talentos, e nos anos oitenta o grupo Reda apresentou um novo estilo de dança que é “Muwashahat” que tive grande repercussão e sucesso entre o publico e um dos mais conhecidos é muwasah “Agaban Li Ghazalin”.

Reda Troupe praticamente viajou o mundo apresentando o folclore do Egito em forma artística “show” mantendo as principais características folclóricas de cada região no Egito.
Hoje, o grupo Reda está em torno de 24 bailarinos, 24 músicos e 60 de coral, apresentam no teatro “El Baloun” no Cairo.

Reda Troupe tive a sua atuação também no cinema, e dos mais conhecidos filmes são.

- Gharam Fil Karnak
- Agazet Noss El Sana
- Al Ragil Al Thani

Reda Troup apresentou mais de 3000 apresentações dentro e fora do Egito, foi assistida por grandes personalidades internacionais entre reis e presidentes.

            PARABÉNS REDA TROUPE, pelos 60 anos do sucesso, parabéns a ministério da cultura do Egito pela homenagem, e que esta arte apresentada pelo grupo posso voltar a percorrer ao mundo novamente, mantendo as tradições e a história do nosso amado Egito.

Khaled Emam



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A Diva Fifi Abdo.
Na música árabe assim como na dança, existe estilos que obriga empolgação do público tanto com a música e tanto com a dança, outros estilos de dança exigem o silencio do público e a entrega completa da bailarina com a música, a sintonia entre a música e a letra para poder interpretá-la.

O Tarab é praticamente o verso do shaabi, quando ouvimos um tarab entramos em sintonia com a música, e quando assistimos um tarab, entramos em sintonia com a musica e também com a dança.

Essa música é “Khai Khai” a versão original do cantor e compositor Mohamed Abdel Wahab, e lindamente interpretada pela a diva Fifi Abdou.
Os gestos feitos na interpretação referem a frase citada na hora, cada bailarina tem a sua manifestação em relação dos gestos e também a escolha da frase que sera expressada, não é regra em relação isso.
O mais importante na dança oriental em especial o clássico e o tarab é sua leitura seja instrumental ou poética e o uso de espaço também tem seu diferencial, verso do shaabi ou folclore.
O clássico e o Tarab, tudo é lido, notas instrumentais e vocais, e expressão e identidade depende de cada bailarina.
Conhecer a música sempre é fundamental seja qual for o estilo, mais ainda no clássico e no tarab, que por natureza obriga o publico se conectar com a musica e ficar em silencio assistindo e ouvindo, importante sentir essa conexão e é o papel mais importante para a quem dança.

Khaled Emam
Insta: @khaledemamofficial


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Tamr Henna
Ghawazee..Sagat..Bela música e simplesmente Naima Akef.

Recordando a história da dança, música, época importante na arte, cultura, cinema e na história da arte em si no Egito.
Cheguei a publicar sobre o "Sagat", Snuje, tempo atrás. sempre fazia e faz parte da vida de uma bailarina, especialmente neste época do Ghawazee, aliás é uma das características da Ghazeia.
     Semana passada eu lancei meu primeiro livro, Egito Tradição e Arte, tem uma parte detalhada sobre este época ou praticamente a história dos Ghawazes, e são dados baseados em pesquisas pela academia de arte para minha tese.
     Essa apresentação é de um filme que representa a vida do Ghawazee no Egito. creio que muitos conhecem essa música, conhecem bastante sobre o snuje, Ghawazee, mas também a quem esta iniciando sua carreira ou seu encanto, estudos pela nossa cultura, ou até os leitores que não são do meio artístico, para todos sempre vale a pena recordar as origens.
    Existe uma grande contribuição na influência do Ghawazee na dança oriental, mas não todas os Ghwazees, existe Ghawazee do alto egito e Ghawazee do baixo egito e existe diferenças entre os dois.
"Importante dizer que, os Ghawazes não apenas o papel que Naima Akef, Nabawia Moustafa e outras faziam, essas são artistas, interpretavam dança de certo povo".


Khaled Emam


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O FALLAHE - Sharqueia Folk Troup.
Mais do Folclore Egípcio, região Fallaheen.

Um dos mais tradicionais e mais antigas região do Egito.
Podemos dizer que é o berço do Egito, 100% da região Fallaheen a vida deles praticamente o campo, agricultura.
Sou de origem Fallahe, ainda tem a nossa casa la, nosso campo, tios, tias, primos, mesmo que nascemos no Cairo, mas o Fallaheen é nossa raiz.
O Fallahee, podemos dizer que é o berço do folclore, até mesmo a dança oriental, é o estilo que tem grandes variedades rítmicas e musicais, até mesmo o próprio baladi.

Expressões:
O povo da região Fallaheen, chamados como Baladi, nós do Cairo por exemplo quando vamos visitar a nossa terra (região Fallaheen), digamos vou ao “Balad”, a palavra quer dizer a minha terra, e nela vem a expressão baladi, mas isso não tem nada a ver com o estilo baladi de dança ou da música.
Importancia das expressões e linguagem musicais na definição do estilo do folclore:

É muito importante conhecer a linguagem do povo, isso faz uma grande diferencia na escolha certa da música, por exemplo, existe algumas apresentações do fallahee com a música "Ya Helwa ya Shaila El Balass", entender a expressções e a linguagem, vai saber que no região fallaheen não se fala "Ballass" significa que a música não serve para ser fallahee.

Prestando atenção da musica deste video, vai ouvir a palavra "Zal3ah" que é o Ballass no região said, mas somente na região fallaheen que se chama "Zal3ah".
Todas essas expressões, gestos musicais, tem papel fundamental na definição do folclore.

A influência da região Fallaheen na dança oriental é muito grande, desta região podemos dizer que surgiu os Ghawazes, awalem, antes que elas ir pro Cairo. Além das grandes variações rítmicas e maneiras de interpretar.

Presenciei por muitas vezes varias comemorações, como a coleta de algodão, Mawalid, são comemorações e costumes sobrevive até hoje, faz parte da vida deste povo, e nestas comemorações que vem o fallahee como folclore.


Trajes:

Os trajes e acessorios do fallahe é totalmente diferente que os outros folclores egipcios, a Galabeya masculina tem corte diferente, altura diferente, a "Taqueia" na cabeça é diferente do saidi, o modo de dançar, como também as trajes e acessorios femininas.
Existe varias maneiras, vestes, coreografias para apresentar o fallahee no palco em forma artistica e teatral.
O vídeo é do festival internacional Asswan, realizado pelo ministério da cultura, o grupo folclórico é de origem Fallaheen, cidade El Sharqueia.


" Vive o presente, preservando o passado"

Khaled Emam
Insta: @Khaledemamofficial




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Dabke Palestino - Shababiat Felestin

Dabke Palestino - اهداء الى فلسطين الحبيبة
Dentro de Dabke, existe varios estilos, vamos falar um pouco da Dabke que pertence a Palestina.

Artigo para estudos, Homenagem a querida Palestina.
O povo Palestino passa por uma vida muito sofrida, uma luta diária para proteger a sua pátria sua história, sua cultura.

Luta para mostrar para o mundo a sua existência com varias maneiras, para que o mundo inteiro possa reconhecê-lo e reconhecer seus direitos.
O Dabke considerado uma das mais importantes tradições artísticas na história da Palestina, porque esta dança representa os sentimentos e o amor da pátria que cada palestino tem por sua terra.

As músicas de Dabke varia entre músicas patriotas, a revolução, as intifadas, como também as músicas sociais que fala sobre vidas dos campos, casamentos etc.
A Dabke é uma dança presente em região “El Sham” como Líbano, Iraque, Síria, Palestina como também existe a dabka na Turquia, normalmente o grupo que representa a dança sempre em torno de dez integrantes.
Existe vários tipos de Dabke, as diferenças variam pelo a origem do país, e cada país tem movimentos diferentes, traje diferente, mas todas vem com sua origem a tradição e a vida do interior.

Quando Nasceu a Dabka Palestina:
A Dabke tem a sua presença desde a antiguidade, presente na sociedade e praticado em cerimonias sociais e familiares como casamentos, após do ano 1948, a Dabka se transformou em símbolo de revolta e intifada, expressando a sua luta contra a invasão que vem do Israel, e as musicalidades tomou a expressão patriotas, como a mais famosa musica que diz “ Ya Tair El Tair..Salim ala albira wa ala alkouds al sharifa”.
Nos anos 80 do século 20, começou a ensinar essa dança como folclore regional, com movimentos estudados, marcações e batidas, e começou a construção de grupos folclóricos palestinos, e um dos mais importantes é Palestina Folk Troup que nasceu em 1979, que representou mais de 1000 apresentações dentro e fora da palestina.

Como é a Dabka Palestina:
A cada movimento na Dabka tem significado diferente, se inicia o grupo em fila, lado a lado, ou em forma do elipse ou em forma circular, pode ser separados os homens e mulheres como também podem ser juntos, a velocidade, canto e batida forte do pé no chão são dos principais características e isso para expressar a sua garra e seu amor pela terra.
As mãos dadas representam a união entre o povo, a dabka sempre começa com movimentos lentos, que expressa inicio da vida ou sua caminhada, depois grupo começa a pular expressando a sua energia e acompanha os movimentos as vozes e o ritmo e batida do pé que expressa a confiança e a prontidão para proteger a terra.

Estilos de Dabka Palestina:
Existe vários estilos de dabka palestina, como (El Sharaweia – Darzi – Shamaleia – Badaweia – Militar – Al Karga), e o mais famosas e conhecidas são, Zarif El Toul, Al Taiara e Dalouna.
A Dabka El Shamaleia é diferenciada dos outras, começa lenta com o pé esquerdo e toma velocidade, e a velocidade é das principais características. “A Dabka Palestina representa a união, a luta, o amor pela terra e o grito da liberdade”.

Khaled Emam


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Luxor Folk Toup – Saidi

Continuamos com o folclore, que é um assunto de grande importância, e trago hoje mais um grupo folclórico do Egito, Luxor Folk Troup, que representa cidade do Luxor no Egito.

- O que esperamos em uma coreografia folclórica.
- Que mensagem ela representa
- A criatividade dentro das obrigações


Luxor, uma cidade de alto Egito, rica com sua história e suas construções faraônicas, praticamente o berço do Saidi, foi capital do Egito na época dos antigos egípcios, a quase 1000 km da cidade do Cairo.
E falando em folclore, é terra de grandes ícones da música e danças folclóricas como família Quinawy, que tive o prazer em trazer duas destes grandes cantores do saidi aqui no Amaren Festival.

- Quando a gente estar numa banca de júri, a gente espera ver isso, a raiz sendo mantida,     a criatividade, usados os elementos e características do estilo, cada gênero faz a parte         dele. - O bonito neste vídeo é isso, momentos de solo masculino, mostrar os passos, habilidade    do bastão, recolher e e deixar o momento do solo feminino, como podemos ver são              praticadas todas as marcações e características de saidi feminino, e depois a integração      dos dois mantendo as características.

Como no Brasil e geralmente no ocidente não tem muitos grupos que tem em suas integrantes bailarinos e bailarinas, a maioria apenas feminino, tentam manter as características feminina e não substituir o homem pela mulher por falta da existência masculina, use o que vocês tem e coreografa em cima disso.

* Acerto da musicalidade* Acerto de vestes* Acerto de passos e marcações de cada gênero* manter as características e a originalidade* O Uso de elementos apropriados* A criatividade

Com certeza sentimos a originalidade, a raiz, o folclore é isso, quando mais original é, mais bonita é.


"Criatividade não significa inventar e distorcer, é criar a sua imaginação dentro das obrigações".

Khaled Emam



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 FOLCLORE ÁRABE, QUAL É A SUA MENSAGEM.

  O que você quer dizer com isso, qual é a sua mensagem, parou de pensar nisso?

O FOLCLORE SEJA SOLADO OU GRUPO:
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      Uma coreografia é uma mensagem precisa dizer algo.
·     Uma coreografia é um contexto de vários elementos que tudo faz parte.
A música árabe é cheia de labirintos, duvidas, pontos de interrogação, será que é, será que deve, será que serve, tudo isso existe quando não é conhecimento pela música.
Importante saber que a origem do cantor, não define o estilo musical, a não ser uma música folclore e também nisso é uma grande enganação.

Existe muitos cantores Libaneses, Sírios, Marroquinos, árabes em geral que tem suas músicas clássicas, que qualquer bailarina pode interpretar no estilo clássico em geral, neste caso a origem do cantor não interfere no estilo musical.
Mas, os mesmos cantores árabes têm suas músicas folclóricas da raiz, e nisso que vem a maior enganação, a maioria não conhecem a idioma, não conhecem a música e não conhecem o cantor, observam apenas o som dos instrumentos.
Alguns instrumentos musicais têm som parecido, assim como Mizmar e Mejuiz por exemplo, mas fazem diferença, enquanto a tabla baladi que é muito conhecida aqui por conta da colônia libanesa, usada no Dabke, que é um instrumento árabe, usado também no Saidi.



Mas Mejuiz com tabla é totalmente diferente do Mizmar com Tabla e ai vem a confusão, misturando Líbano com Egito, música de um país, vestes de outro, assessórios que não faz parte em que está sendo cantado e por ai vai.
Por falta de conhecer o suficiente sobre o que está sendo coreografado, acaba deixando várias dúvidas, seja para o público como (não entendi nada), seja para banca de jurado tipo (o que quer dizer com isso) e por ai vai, mais ainda quando a apresentação em grupos.
Começa a usar figurino não adequado, usando assessórios que não encaixa nem na música e nem no estilo que está sendo interpretado.

E tudo isso acaba sendo uma perda, perda de tempo, gasto, desgaste e deixar a sua coreografia no final simplesmente sem dizer nada. 
No folclore a cada detalhe conta, e a sua coreografia é construída em base de certos elementos que todos é um contexto só.
Líbano é Líbano, Síria é Síria e Egito é Egito, cada país tem seu folclore que exige elementos e contextos.

E a música é a principal base para a construção do restante.
Acontece muito em concursos e em muitas vezes a banca passa pela mesma situação do grupo que está concorrendo, sem entender a música, acabam identificando a música pelo som dos instrumentos, e em muitas vezes acabam classificando algo que não é para ser classificado e o vice verso.

É um assunto complicado e talvez a maneira de resolver também é complicada, mas para evitar pelo menos, antes de chegar a banca, tentam ter certeza se a música refere o estilo que será apresentado.
 
O Folclore tem elementos fundamentais e a musicalidade faz parte destes elementos. 
A arte é uma técnica, não apenas amor.

  
Khaled Emam


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Enigma da Música Árabe em Relação a Dança.
Desde os tempos antigos, a música árabe sempre cheia de enigmas, dúvidas, duplo sentido.
Para quem é nativo com certeza ele sabe do que a música se trata, mas quando o assunto é dança, nem ser nativo basta.

Para o ocidente a musicalidade árabe se torna mais complexa ainda, em questão do idioma, entender o significado e o sentido, e a dança sempre vinculada música.
No mundo oriental e em especial no Egito, mais ainda nos tempos antigos, décadas dos 60 aos 80, muitas musicalidades são feitas para shows, ser apresentada especialmente neste noite e os shows são gravados, na época o único interesse era fazer seu show, a dançarina sempre acompanhada com seu “takht” banda, e a musica é produzida para a dançarina.

Na definição da dança, existe dois principais estilos, Folclore e Oriental, o oriental é um estilo único independente da musicalidade, muitas músicas feitas neste época com este sentido, alguns musicalidades as vezes sai do nada, “sem poema”, mistura de instrumentos, e quando olha o estilo da dançarina, ver que esta interpretando estilo próprio, sem ver outra dançarina interpretando a mesma música com o sem o estilo que for apresentado.

            Para quem é nativo, com certeza ele entende a música, sua linguagem, se tem gírias ou dublo sentido ele entende o que quer dizer a música. Mas, quando o assunto é dança, nem todo nativo conhece os estilos de dança ou a sua linguagem e técnicas para poder decifrar o que a dançarina está representando.

            Para o mundo ocidental, a música árabe se torna mais complexa ainda, um verdadeiro enigma, por várias questões, o principal delas é própria idioma, e que é fundamental para sua interpretação, seja em estilo ou na expressão do sentido.

            Muitos dos profissionais, estudantes e praticantes de danças árabes, buscam suas músicas através de pesquisas em relação de certa dança, e o caminho é buscar pelo título do estilo por exemplo, como Ghawazee ou Hagalla etc, as vezes encontram até títulos de vídeos com nome da dança, enquanto na verdade nem a música e nem a dança tem a ver nem com o título e nem com  a dança, a problema não apenas nisso, mas, também sem tentar saber se essa apresentação realmente refere a musicalidade e o estilo refere o título, acabam usando a música com o nome do título do vídeo, e por não entender a razão do título, ou o significado e o momento da música, acabam gastando seu tempo e gastos em uma apresentação completamente errada.

            A pouco tempo estava pesquisando algo na internet, e me deparei com um vídeo bem antigo, acho que da década das 60, o nome do vídeo é “dança da Hagalla”, nome da música é Aziza, que é personagem da música, a dançarina é uma grande diva da era dourada, e a cantora é uma ícones da música “Fallahee”, enquanto a dança era praticamente “Oriental”.

            Para nós certamente não tem mistério, conhecemos a música, conhecemos seu sentido, sua mensagem, sabemos que era um show a parte.
Agora para quem não é nativo, não conhece a história, se vá pelo título da do vídeo, é dança de Hagalla, se vá pala características da cantora, ela sempre canta estilo Fallahee ou “Baladi Raiz”, aquele baladi do interior, longe do baladi do Cairo, e se vá pela a dança que esta sendo apresentada, vai encontrar uma dança oriental, com certeza não vai entender absolutamente nada e qualquer caminho que vá escolher será errado.
Perguntando, mas qual a enigma tem nessa música?

Traduzindo a música, ela refere a personagem que no caso “Aziza”, um elogio de cada parte nela, rosto, cabelo, olhos, boca e la vai, a “dança do Hagalla” que é o título, não refere o estilo Hagalla, mas a Hagalla como dançarina, na região beduína “wahat” hagalla refere também dançarina.

O ocidente sem saber toda essas decifras, jamais vai entender a mensagem, o estilo que deve seguir. 

            Assim igual este vídeo e estas musicalidades feitas para show apenas e as vezes inventadas na hora, tem muitas, existe muitas músicas que não quer dizer exatamente certo estilo de dança, e existe muitos títulos que não representam o nome, e também a origem do cantor não define o estilo musical que ele(a) canta.
É muito importante para quem atua no meio da dança, seja oriental ou folclore, tomar o conhecimento pela musicalidade, não basta traduzir porque em muitos casos tradução não basta, precisa o conhecimento pela linguagem musical e conhecimento pelos estilos da dança.

Khaled Emam



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A importância dos Ritmos na dança:
Na música árabe existe uma gama enorme de ritmos, mais de 300 ritmos espalhados pelo mundo árabe, ritmos que tem origens diferentes, estilos diferentes, países, regiões etc.
O que é Ritmo?


O ritmo é sequencia de batidas repetidas entre graves e agudos, a diferencia entre ritmo e outro são na quantidade e a posição dos agudos e graves.
Podemos dizer que o ritmo é a base de tudo, seja música ou dança. Seguem notas musicais quando o assunto é musicalidade, e puros quando o assunto é dança por que fazem a diferencia entre um estilo de outro.

Os ritmos no mundo oriental:
Primeiro falamos em profissionalismo, não é a dança em nossas casas e nossos festejos.
O início do aprendizado na dança é a técnica, isso é chamado o básico, aprender os ritmos, aprender ouvir e memorizar, aprender a técnica de leitura de cada ritmo e também as variações de leitura.
Existe ritmos que mesmo tocado puro, cru como o Baladi por exemplo, tem mais de 5 a 6 variações de leitura para a bailarina, e entendendo isso perfeitamente, possibilita que a bailarina variar em movimento quando o ritmo é repetido em uma canção.
São primeiras etapas a ser ensinada e leva bastante tempo até dominar a leitura rítmica e suas variações, após começa a leitura instrumental.


No oriente a maneira de ensinar a leitura rítmica é diferente, a bailarina aprende vendo e ouvindo, existe um percussionista que a função dele é tocar o ritmo, mas sempre existe a professora de dança que ensina a leitura e a interpretação de cada ritmo, suas variações.
Com certeza isso faz uma grande diferença, ou seja, importante ouvir, ver e conhecer as diferenças quando tocada entre o agudo e a grave, quando é repetida, isso facilita muito quando interpretar uma canção cantada por exemplo, já tem o habito de ouvir e diferenciar os sons.



A interpretação dos ritmos no ocidente. A ausência dos profissionais nativos ou até nacionais faz muita carência no estudo correto em questão de ritmos, as escolas e academias, vão a aonde o mercado ofereça, e nisso o comercio começa a ter suas vantagens e lucros, encontramos os estudos dos ritmos apenas através de áudio, Cds e isso com certeza para muitos dificulta muito o aprendizado, a quem estuda, ele não ver, não ver a posição das mãos quando tocado grave e quando tocado agudo, não memoriza a repetição e em especial com ritmos que levam flóreos entre as batidas. E em muitas vezes as coisas se invertem até em questão de ensino dos ritmos com a presença de um musico, invés de ensinar como ouvir e ler acaba ensinando como tocar e nisso a bailarina continua sem entender o mais importante que é como memorizar e como interpretar.


Essa mistura entre dança e música invés de ser razão de entender acaba sendo razão de desentender e acaba sem diferenciar da posição de cada um, musico e bailarina.
Na dança, e isso no oriente, observamos que na interpretação da musica não tem a preocupação com a leitura rítmica, mas isso não quer dizer que os ritmos não tem a sua importância claro, apenas quer dizer, que para a bailarina chegar o nível de interpretar clássico por exemplo isso porque a base já está bem construída e também a natureza da origem ajuda muito, a final a percussão existe até dentro das nossas casas, aqui não.

Precisa explorar mais os músicos, aproveitar mais, e deixar que os áudios sejam para seu treino, isso ajuda bastante no ensino de algo que simplesmente a base da dança.

Khaled Emam









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Visões Oriental na Dança.
O oriente além de ser o berço da civilização, descobertas, também tem sua grande contribuição das descobertas em relação a música e dança. A construção da dança vem desde os antigos egípcios, os primeiros movimentos, os sons, e o significado de cada movimentos.

O oriente passou por várias épocas, e em cada época tem a sua mudança, descobertas, avanços e também adaptações. E com cada época a dança oriental também venha acompanhando e se adaptando as novas eras. Em nossas épocas por exemplo, nascemos e presenciamos a dança em forma diferente, digamos que, uma manifestação de alegria, expressão de sentimentos, e por sempre presenciamos a dança em nossas casas nos momentos felizes, festejos, a expressão da dança para nós árabes sempre foi dessa forma, uma expressão de momentos felizes.

Essa visão é de todos os leigos, todo o povo do oriente, mas, isso quando a dança esta sendo entre nós, familiares, amigos, momentos de festejos etc, e seu significado continua o mesmo, até quando assistindo uma bailarina profissional, o que esta na mente de todos, é que a dança é uma expressão do sentimento, da alma, do momento.

Mas, quando o assunto é ser profissional, a visão muda totalmente, seja entre as profissionais do meio artístico ou até dentro das nossas casas, a valorização profissional tem sim outra visão e modo de ver e até julgar.


No oriente ser profissional da dança, seja oriental ou folclore, passa por estudos, leituras, ensaios, algumas apresentações são coreografadas outras é improvisada, mas, conhecendo a musicalidade claro, também a visão muda quando assistimos uma bailarina que na verdade não é bailarina. No oriente, em especial no Egito, em bairros “shaabi”, bairros populares antigas, costuma fazer suas festas do casamentos na rua mesmo, e presença da “bailarina” é fundamental em qualquer festa de casamento de todos os níveis, mas nestes bairros costuma contratar “bailarinas” que na verdade não se são, apenas para animar a festa digamos, e nestes tipos de bailarinas a dança não é o foco, mas, a vulgaridade que sim.

Nós nativos sabemos exatamente isso, a nossa visão totalmente muda, não enxergamos isso em forma de arte, expressão de alegria, ou manifestação da alma, sabemos exatamente o sentido.

Mas, pro ocidente que é distante da nossa realidade, difícil entender isso, o que é visto através da internet é o oriente e umas bailarinas dançando, o título do vídeo pode ser escrito qualquer coisa, até a bailarina do momento do Egito ou a dança na atualidade etc.

Importante saber que até para nós nativos, a nossa visão muda em questão da dança, e isso depende de quem representa e como esta sendo representada, e importante para o ocidente e a quem estuda, pratica este arte, é pesquisar bem qualquer vídeo antes de afirmar seu título ou o estilo que esta sendo representado, sabendo que para nós é existe um diferencial sim.

A visão também muda quando o assunto é Politica ou religião, na politica a dança deve carregar as características do país, ou melhor a lei do país, o que é permitido ou não, tipo a bailarina jamais pode usar a bandeira do país como traje por exemplo, e outras coisas deste tipo.

Assim como a religião, tudo que te distancia de Deus é pecado, não apenas na dança, mas em tudo até na música, bom conhecer estes pensamentos, filosofias para poder entender a mentalidade do oriente.

Mas, quando falamos que o berço da dança é nossas casas, isso será para sempre está visão familiar sobre a dança para nós nativos.

Khaled Emam
Inst: @khaledemamofficial



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